Leia parte da crônica do escritor Ignácio de Loyola Brandão, o novo imortal da Academia Paulista de Letras, publicada no jornal O Estado de S.Paulo de 20/04/2007
"(...)
Cheguei, as portas do salão estavam sendo abertas, contemplei o imenso vazio, a imponência do lugar, desanimei, nunca vou encher isso aqui.
(...)
Tudo terminado, começaram os abraços, parecia casamento. Foram 40 minutos de risos, gritos, cumprimentos, pequenas ironias, surpresas (você aqui!) emocionantes, o Nelson Toloy chorando um pouco, comovido, gente representando amigos, alguns me entregando bilhetes, poesias, outros trouxeram flores (aliás, minha casa parece o jardim de Versalhes, a cada meia hora ainda chega um vaso, um buquê, um ramalhete, um ramo solitário, um arbusto), livros, presentes. Ia saindo, me pediram para assinar um livro e como vi outros acadêmicos assinando, assinei, o homem me entregou um envelope. Nalini, perto, esclareceu: 'Posse é considerada reunião, este é o seu primeiro jetom.'
Tudo terminado, começaram os abraços, parecia casamento. Foram 40 minutos de risos, gritos, cumprimentos, pequenas ironias, surpresas (você aqui!) emocionantes, o Nelson Toloy chorando um pouco, comovido, gente representando amigos, alguns me entregando bilhetes, poesias, outros trouxeram flores (aliás, minha casa parece o jardim de Versalhes, a cada meia hora ainda chega um vaso, um buquê, um ramalhete, um ramo solitário, um arbusto), livros, presentes. Ia saindo, me pediram para assinar um livro e como vi outros acadêmicos assinando, assinei, o homem me entregou um envelope. Nalini, perto, esclareceu: 'Posse é considerada reunião, este é o seu primeiro jetom.'
Havia o jantar no Palácio com o governador José Serra e Mônica. E o trânsito? Afinal, o Aerosmith estava se apresentando no Morumbi. Foi tranquilo, em meia hora estávamos sentados, Serra e eu engatilhamos uma conversa sobre cinema, dei a ele o livro de Dulce Damasceno Brito sobre Hollywood, uma delícia. Na mesa, os prefeitos Kassab e Edinho, Celso Lafer, o Andréa Matarazzo, o procurador-geral do Estado, Rodrigo Pinho, e esposa, o secretário da Justiça, Marrey. Nenhuma conversa política, apenas amenidades, um picadinho saboroso (a chef do Cerimonial, Claudia Matarazzo, perguntou o que eu queria, fui nostalgia, lembrando os picadinhos do Clubinho e o do Baiúca) e um vinho suave. Na hora da partida, apanhei uma porção de bem-casados, outro pedido meu para a noite.
Tem coisa melhor do que um bem-casado?"
Tem coisa melhor do que um bem-casado?"